LABSOLDA - Inovação de Ponta a Ponta (Matéria publicada na Revista da Fapeu)

Projeto: SOLDAGEM SUBMARINA

O ambiente pró-inovação criado no Labsolda (Laboratório de Soldagem do Curso de Mecânica da UFSC) consegue criar meios de facilitar o trabalho de solda debaixo d'água. O projeto de soldagem submarina teve uma boa repercussão na mídia, mas não é o único grande feito do Lab­solda.

INOVAÇÃO DE PONTA A PONTA

O ambiente pró-inovação criado no Labsolda (Laboratório de Soldagem do Curso de Mecânica da UFSC) consegue criar meios de facilitar o trabalho de solda debaixo d'água. Mas, ao mesmo tempo que descreve com orgu­lho os resultados obtidos, o professor Jair Dutra, que coordena o laboratório, não esconde o seu desencanto com a falta de apoio efetivo às pesquisas ali desenvolvi­das. O Labsolda, segundo ele, tem mais de 15 produtos de utilização prática no Brasil e no exterior. Dutra ressalta a filo­sofia empreendedora que prega e aplica em cada nova pesquisa. "Nas bancadas de pesquisa todos os equipamento de sol­dagem foram produzidos por nós e por isso temos condições de ir além do que é feito em outros locais", diz.
A filosofia adotada está intimamen­te relacionada a uma visão política: "ao desenvolver pesquisas utilizando equipamentos importados, se está con­tribuindo na geração de empregos nos países fabricantes e muito pouco em nosso país. Além disso, não se deve ficar restrito a um equipamento que já está consumado. "Quem age assim, já começa atrás". É nesse ambiente pró-­inovação que surgem produtos como o equipamento de soldagem submarina, utilizado por empreiteiras que prestam serviço nas plataformas da Petrobras e cujo desenvolvimento foi financiado pelo PADCT (Programa de Apoio ao De­senvolvimento Científico e Tecnológico) do ministério de Ciência e Tecnologia, com recursos gerenciados pela Fapeu.


REDUÇÃO DE CUSTOS
Dutra explica que o trabalho foi de­senvolvido para diminuir a dificulda­de que se tem para se soldar debaixo d'água pela técnica molhada: a água está em contato direto com o eletrodo, peça e arco voltaico. Nestas condições, o operário precisa ser, ao mesmo tempo, soldador e mergulhador e isso significa que se trata de uma mão-de-obra extre­mamente rara e cara.

Graças aos equipamentos desenvol­vidos pelo Labsolda, este operário reali­zará o seu trabalho de forma mais fácil e conseqüentemente mais rápida, diminuindo custos. "Desenvolvemos uma tecnologia e um equipamento", diz Dutra. "E esse é um diferencial importante porque não damos somente uma idéia, nós construímos o ferramental."
No momento, o Labsolda busca re­cursos para aprimorar o equipamento de soldagem submarina para torná-lo mais industrial e mais leve, com maior praticidade. O objetivo é reduzir o peso para 20 quilos, menos da metade do atu­al. Para utilizar os dois equipamentos produzidos pelo Labsolda, a Petrobras paga um aluguel de R$ 3 mil por mês. “Apesar de ser pouco, ajuda a manter o laboratório", afirma o professor.
O projeto de soldagem submarina teve uma boa repercussão na mídia, mas não é o único grande feito do Lab­solda. O coordenador destaca, entre os demais, a parceria com a Eletrosul, hoje Tractebel, no desenvolvimento de equi­pamentos para serviços de soldagem em turbinas de 300 megawatts de usinas hidroelétricas. Este trabalho já rendeu dois prêmios, um de Inovação Tecnoló­gica da FINEP e outro da UNESCO.

Projeto: SOLDAGEM SUBMARINA
Coordenador: Jair Carlos Dutra
Unidade: CTC, EMC
Financiador: FINEP/PADCT
Fonte: Revista da FAPEU – Vol. 2 – Número 2 – Ano II – 2005